Voz do mar
O mar cavalgando profundo e denso
Ergue ao longe as suas longas arestas
E suave, suavemente desenrola
Suas ondas lívidas de sargaços
Que molemente erguem os seus braços
Na dura claridade da vasta tarde.
E plenas de espuma vagueando
Sob o sol fantástico e transparente
Há mudez que se abre em liberdade
Sem muros erguendo suas mãos
Sem pedras atiradas contra a luz
Sem pássaros esbarrando nas vidraças
Nem vozes sufocadas de avidez
Num tempo perdido sem algemas
Onde a verdade é igual a si mesma
E o silêncio é vasto mas com palavras…
Voz do mar, voz forte, voz de todos
Tu sim fazes eco dos teus passos
Tu sim ergues a voz e és perene!
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