Leve, um murmúrio longínquo
Leve, o vento traz um murmúrio longínquo
E eu fico escutando lenta, lentamente
A brisa que ecoa morosa em seu lamento
O sonho que corre dorido em doce pranto…
E eu ouço, ouço leve, muito leve
O teu assomo longínquo que então se ergue
Esfingicamente recortado no meu eu
E perco-me delirante esperando teu vir.
Eu perco-me sentindo assomar
O teu riso encantado de vidro cristalino
O doce murmúrio da tua voz que fala
O encanto dos sonhos tão só meus…
E tu vens, leve, muito leve, devagarinho
Abrindo, descerrando meu eu assim
E eu cinjo-te longamente para mim
Num murmúrio que se esvai mas volta a vir.
E eu fico esperando a tua vinda
Em ânsias duras em rumos de nortada
Mas sabendo que tu estás, que tu és meu
Ainda que o duro real traga o nada.
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