sexta-feira, 17 de outubro de 2008

leve, um murmúrio longínquo

 

 

 

Leve, um murmúrio longínquo

 

 

 

Leve, o vento traz um murmúrio longínquo

E eu fico escutando lenta, lentamente

A brisa que ecoa morosa em seu lamento

O sonho que corre dorido em doce pranto…

 

E eu ouço, ouço leve, muito leve

O teu assomo longínquo que então se ergue

Esfingicamente recortado no meu eu

E perco-me delirante esperando teu vir.

 

Eu perco-me sentindo assomar

O teu riso encantado de vidro cristalino

O doce murmúrio da tua voz que fala

O encanto dos sonhos tão só meus…

 

E tu vens, leve, muito leve, devagarinho

Abrindo, descerrando meu eu assim

E eu cinjo-te longamente para mim

Num murmúrio que se esvai mas volta a vir.

 

E eu fico esperando a tua vinda

Em ânsias duras em rumos de nortada

Mas sabendo que tu estás, que tu és meu

Ainda que o duro real traga o nada.

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