Tu passaste devagarinho em minha vida
E tocaste a minha solidão
E como asas abrindo o Horizonte
Encheste de brisa as manhãs de Estio ardente.
Poderíamos ter enchido os murmúrios vastos
E ter percorridos alamedas intocáveis
E ter lançado ao vento o pleno sonho
E ter dado à vida forte alento...
Mas tu não ficaste
Não abriste com as mãos ensanguentadas
As correntes que algemavam nossas vidas!
Não reclamaste ao sonho teu sonho
Nem quebraste as barreiras imutáveis
E tudo ficou assim…
Na profunda e dura quietude
Como se o tempo tivesse aniquilado vastos dias…
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