sexta-feira, 17 de outubro de 2008

tenho tanto que dizer, tanta voz

Tenho tanto que dizer, tanta voz

 

 

Tenho tanto que dizer, tanta voz

E calo-a num murmúrio, no mutismo

Tenho a alma tão cheia de cansaço

De não saber falar de ser dorida

 

Eu não sei porque tanto se calou

Se irrompia cega num marulho

Abafada no seu livre fervilhar

No sufoco de não saber o que falar…

 

Tanto, tanto que dizer que se calou

E fechada no silêncio, tão dorida

Guarda secretamente no seu seio

Uma alvorada que nunca há-de vir!

 

Alma amargurada que não dizes

Ou então que dizes para não calar!

 

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