Tenho tanto que dizer, tanta voz
Tenho tanto que dizer, tanta voz
E calo-a num murmúrio, no mutismo
Tenho a alma tão cheia de cansaço
De não saber falar de ser dorida
Eu não sei porque tanto se calou
Se irrompia cega num marulho
Abafada no seu livre fervilhar
No sufoco de não saber o que falar…
Tanto, tanto que dizer que se calou
E fechada no silêncio, tão dorida
Guarda secretamente no seu seio
Uma alvorada que nunca há-de vir!
Alma amargurada que não dizes
Ou então que dizes para não calar!
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