E tu não estás
E eu ouço um murmúrio
Que vagamente ecoa na minha alma adormecida
E se ergue na vastidão do tempo!
Tu encheste as manhãs de maresia
E eu dei ao Tempo a minha vida
E guardei de tudo um punhado de nada.
E tu não estás...
De todas as emoções que acalentaram a minha alma
Eu bebi sofregamente as manhãs de orvalho
E percebi que lentamente me despojava
Em troca de uma esperança inacabada.
Foi tudo por nada.
Desse orvalho que eu bebi
Na procura da minha inteireza,
Tu não estiveste
Tu não dividiste comigo as amarguras do tempo
Não trilhaste comigo os amplos espaços
Não abriste comigo os sulcos
Da areia enlameada
E eu percorri sozinha os caminhos calcinados
E dei à vida a minha vida.
Mas foi tudo por nada!
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