terça-feira, 7 de outubro de 2008

tudo por nada...!

E tu não estás

E eu ouço um murmúrio

Que vagamente ecoa na minha alma adormecida

E se ergue na vastidão do tempo!

Tu encheste as manhãs de maresia

E eu dei ao Tempo a minha vida

E guardei de tudo um punhado de nada.

 

E tu não estás...

 

De todas as emoções que acalentaram a minha alma

Eu bebi sofregamente as manhãs de orvalho

E percebi que lentamente me despojava

Em troca de uma esperança inacabada.

 

Foi tudo por nada.

 

Desse orvalho que eu bebi

Na procura da minha inteireza,

Tu não estiveste

Tu não dividiste comigo as amarguras do tempo

Não trilhaste comigo os amplos espaços

Não abriste comigo os sulcos

Da areia enlameada

E eu percorri sozinha os caminhos calcinados

E dei à vida a minha vida.

 

Mas foi tudo por nada!

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