sexta-feira, 17 de outubro de 2008

mãe

 

Mãe

 

 

 

Eu olho os teus olhos cansados, Mãe!

E vejo que sob as pálpebras descerradas

Há ternuras que inundam em torrentes

Por onde brotavam as lágrimas derramadas…

 

E eu sempre te ouço, Mãe!

Os teus prantos são alegrias que em molhos

Afluem ao teu rosto apaziguado

E trazem à minha alma a paz e a harmonia

Que eu nem sempre encontro no mundo conturbado.

 

Sabes mãe!

Tu trouxeste calmamente à minha vida

O rumor dos doces perfumes matinais

Tu cortaste o azul dos amplos espaços

Tu bordaste com o aroma do jasmim

Os dias que podiam ser enevoados.

 

Eu já cresci, Mãe!

Mas tu ainda suavizas com bálsamo a minha vida

Tu ainda me recolhes calmamente no teu colo

Tu ainda me dizes palavras de encantar.

 

Eu sei!

O teu sorriso é imenso

E eu já abri com dureza as minhas asas para o mundo

Mas tu ainda não entregaste o pássaro à fantasia!

E o mundo tem tanto espaço para voar, Mãe!

 

E sei que eu ainda sou a criança

Que sempre adormeceste nos teus braços!

                           

 

1 comentário:

Anónimo disse...

Muito bem escrito, cativa a atenção do leitor.
Devia publicar todos estes poemas.
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