Tu não percorreste comigo o deserto da vida
Não bebeste comigo o néctar dos deuses
Não conheceste os murmúrios indistintos
Nem talhaste os silêncios imutáveis.
E eu como esfinge vogando ao sabor da brisa
Sacudi os ermos da vida e ergui seu rumo
Num trilho onde a profunda e dura ausência
Trazia a cada instante a imperfeição.
Assim guardei secretamente o silêncio do não dito
E busquei a verdade em cada instante
E compreendi que talhando cada momento
Esculpiria como bisel a minha ânsia
E meu eu viveria em pleno vento.
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