sexta-feira, 17 de outubro de 2008

tu não percorreste...


Tu não percorreste comigo o deserto da vida

Não bebeste comigo o néctar dos deuses

Não conheceste os murmúrios indistintos

Nem talhaste os silêncios imutáveis.

 

E eu como esfinge vogando ao sabor da brisa

Sacudi os ermos da vida e ergui seu rumo

Num trilho onde a profunda e dura ausência

Trazia a cada instante a imperfeição.

 

Assim guardei secretamente o silêncio do não dito

E busquei a verdade em cada instante

E compreendi que talhando cada momento

Esculpiria como bisel a minha ânsia

E meu eu viveria em pleno vento.

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